O Simepe foi criado no início da década de 30, na qual poucos médicos eram graduados em Pernambuco, apesar da recém-fundada Escola Médica do Recife. Muitos eram formados nas faculdades do Rio de Janeiro ou da Bahia e retornavam para o seu estado natal com o olhar crítico de quem viveu outras realidades o suficiente para analisar com profundidade a situação local dos profissionais da região. Em 1931, nasce o Simepe. Seus fundadores lutaram para vencer as dificuldades e carências no serviço público de saúde. As precárias condições de trabalho se somavam aos salários baixos e contratações sem vínculos trabalhistas, prejudicando o exercício da medicina.
Apesar de populista e nacionalista, foi durante o governo de Getúlio Vargas que o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) foi criado. Quando Vargas resolveu endurecer o governo e iniciar uma caça aos ideais, que – segundo ele – seriam de ideologia esquerdista, as entidades classistas, cooperativas e associações ou passaram para as mãos de interventores ou foram fechadas. O Simepe foi um dos que tiveram que encerrar suas atividades. Segundo o ex-presidente, Antônio Siqueira, alguns associados foram presos sob acusação de serem comunistas, entre eles, o ex-dirigente sindical, Geraldo Andrade. Durante a ditadura, a entidade fechou as portas por 30 anos.
Em 1941, a Carta Sindical do Simepe foi reconhecida pelo Ministério Público:
“O MINISTRO DO ESTADO DO TRABALHO faz saber, a quantos esta CARTA virem que, atendendo ao que requereu o SINDICATO DOS MÉDICOS DE PERNAMBUCO, com sede em Recife no Estado de Pernambuco, pleiteando a sua adaptação ao regime vigente, resolve aprovar o respectivo Estatuto, e reconhecê-lo sob a denominação de SINDICATO DOS MÉDICOS DE PERNAMBUCO como sindicato representativo da Profissão Liberal dos Médicos, na base territorial do estado de Pernambuco, com sede em Recife, no estado de Pernambuco de acordo com as disposições da CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO”.
O maior desafio enfrentado pela entidade foi o ressurgimento nos anos de chumbo da ditadura militar. Em 1965, em uma sala no bloco cirúrgico do Hospital Português, um grupo de médicos se reuniram enquanto esperavam os pacientes para realizar uma cirurgia. Discutiam sobre a baixa remuneração paga na época (de até um salário mínimo mensal), a ausência de vínculos trabalhistas e a falta de uma entidade forte que lutasse e defendesse a categoria. Estiveram presentes os médicos Antônio Wanderley de Siqueira, Saulo Suassuna, Barros de Lima e Luís Ribeboim. Em plena ditadura, foi criada uma chapa vencedora por Gerson Ferraz, Stéffano Malicônio e, como suplentes, Fernando de Verçosa e Pedro Cavalcanti.
O Simepe passou a funcionar em uma sala na sede da Sociedade de Medicina, após solicitação de Dr. Antônio Siqueira. O advogado Geraldo Neves se propôs a trabalhar pela entidade e, em seguida, o recém-formado em Direito, Élio Siqueira, também passou a representar a classe dos médicos. Os advogados observaram que cerca de 90% dos médicos trabalhavam no Instituto de Previdência e não tinham vínculos trabalhistas mesmo sendo “credenciados”. Foi necessário entrar na justiça para que a efetivação do pessoal começasse a ser feita. Somado aos salários, havia ainda uma gratificação de produtividade paga aos médicos pelo INPS, que – pela atuação do Simepe – foi incorporada ao salário e ao 13º. Com essa iniciativa, os médicos passaram a também receber as férias. A esperança renovou-se e a classe despertou o interesse de se associar ao sindicato dos médicos.
A conquista repercutiu em todo o país e os médicos de outros estados também foram em busca de seus direitos, incentivados pelas ações do Simepe. “Com o dinheiro dos novos sócios, foi comprada a sede da Avenida João de Barros. Na época do governador Nilo Coelho, o coronel Otacílio Ferraz – que era chefe da Casa Civil -, também fez um acordo para pagar um piso de três salários mínimos para os médicos”, comenta o ex-presidente do Simepe, Dr. Siqueira.
Em meio ao impeachment de Fernando Collor, o primeiro presidente eleito do Brasil após o regime militar, a economia do país estava fragilizada, impactando na política sindical. Com baixos índices de sindicalização, o Simepe enfrentou um período difícil durante a eleição de 1992. Na época, a classe médica tinha várias entidades como representação, entre elas, o SISEPE, SINDSPREV e SINDSEP. Em maio de 92, não houve nenhuma chapa apresentada e, diante da ausência de candidatos, foi eleita em assembleia uma junta governativa para assumir o sindicato durante seis meses.Após esse momento, a entidade passou por uma relevante reestruturação, que passou pelas gestões exitosas dos novos presidentes: Maria Bernadete Antunes (até 1993), Adailton de Alencar Vidal (1993-1998), Ricardo Paiva (1998-2002) e André Longo (2002-2006).
O Movimento pela Dignidade Médica, em 2002, tinha como principais objetivos:
Todas as propostas tinham como objetivo a valorização da categoria médica em todos os aspectos.
Após a luta do Simepe e Cremepe, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nomeou um diretor fiscal para intervir na direção da operadora Admed, que tinha cerca de 60 mil usuários em Pernambuco. A batalha foi para que a operadora quitasse a dívida de R$2 milhões que a mesma acumulou com os prestadores de serviço em 2003, incluindo os médicos, não pagando seus honorários. A negociação aconteceu graças aos alinhamentos entre as entidades e a Comissão Estadual dos Honorários Médicos (CEHM-PE), órgãos que apoiam e defendem os interesses da categoria.
A Defensoria Médica foi criada em outubro de 2003, para dar assistência jurídica em todas as áreas do Direito, inclusive na área criminal, visando à defesa dos interesses coletivos e individuais da categoria médica. Atualmente, este serviço conta com 6 advogados renomados, sempre à disposição do médico sindicalizado, auxiliando-o em qualquer dificuldade jurídica que este necessitar.
“Sou advogado do SIMEPE e atuo na Defensoria Médica, e nesta entidade vivencio dia a dia o exercício constante em busca da garantia dos direitos sociais do trabalhador, da categoria médica. Eu poderia destacar um momento relacionado a um evento específico que atuei em defesa da categoria médica, mas destaco o dia em que completei 10 (dez) anos na defesa dos direitos dos médicos, o dia em que completei 10 anos fazendo parte da Defensoria Médica do Simepe”, falou Dr. Ricardo, advogado da Defensoria Médica do Simepe.
Com ato de protesto e caminhada em 21 de janeiro, os servidores públicos estaduais realizaram uma paralisação de advertência nos serviços. O movimento contou com a participação dos servidores das áreas de saúde, educação, segurança e fazendários. A passeata saiu da Câmara de Vereadores do Recife em direção ao Palácio do Campo das Princesas. À tarde, os servidores foram acompanhar a votação final da reforma administrativa na Assembleia Legislativa, através do Projeto de Lei nº 13.881/2002, de autoria do Governo Jarbas, que tinha como objetivo modificar o papel do Estado na vida dos seus cidadãos. O Simepe inclusive criou o outdoor: REFORMA DE JARBAS FAZ MAL À SAÚDE!
O projeto de lei pela implantação da CBHPM teve início em Pernambuco, graças a luta das entidades médicas, que formaram o Movimento de Dignidade Médica (MDM). O projeto, de autoria do médico e deputado estadual Sebastião Oliveira (PR-PE), foi assinado no dia 12 de abril de 2004 pelo então governador Jarbas Vasconcelos.
Vale salientar que Pernambuco tornou-se o primeiro Estado a implantar a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) nas quatro modalidades de planos de saúde. No dia 14 de setembro de 2004, os médicos aprovaram a proposta da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) de implantar a CBHPM com redutor de 20% em janeiro de 2005.
Chegou a vez do Simepe fazer parte da capital do agreste. Caruaru foi a segunda sede da entidade fora da capital pernambucana e surgiu pela necessidade de atender os interesses da categoria local. Com um corpo de diretores focados nas demandas da região, o Simepe consegue conciliar melhor as demandas da categoria e o debate com os representantes locais.
O programa de Benefícios aos Médicos (PROBEM) foi criado em dezembro de 2006 para oferecer vantagens aos médicos associados, como: seguro de vida, descontos em shows e eventos, além de outras atividades de lazer.
Neste ano, os médicos estavam bastante desmotivados devido a baixa remuneração do serviço público estadual. Seus salários estavam na faixa de R$1.200/mês, enquanto um oficial de política ganhava R$2.100. Eduardo Campos tinha acabado de ser eleito pela primeira vez governador de Pernambuco e foi alertado a ele sobre a crítica situação das emergências médicas e os baixos salários.
Entre as exigências da campanha salarial dos médicos, estavam pleitos justos, como melhores condições de trabalho, estruturação do Plano de Cargos e Carreiras, melhor gestão de pessoas e, claro, aumento dos salários.
O secretário de saúde da época ignorou as reivindicações e seis meses após a eleição, os médicos do Hospital Getúlio Vargas (HGV) e da Restauração (HR) fizeram um vídeo impactante sobre as condições das emergências de Pernambuco e enviaram para imprensa, gerando grande repercussão. O governo seguiu recusando a implementação do reajuste e 600 profissionais médicos pediram demissão de seus vínculos. Após decretar estado de emergência no Estado, os gestores estaduais entraram na justiça contra os médicos demissionários, intimando-os a voltarem aos serviços. A situação tomou grandes proporções.
O Simepe, por sua vez, moveu uma notificação extrajudicial contra o então procurador Geral do Estado por ter considerado “o comportamento dos médicos insano e irresponsável”. O movimento dos médicos pernambucanos se tornou referência nacional. Na última assembleia, o vice-governador João Lyra, que também era secretário de saúde, chamou o Simepe para conversar e ofereceu um reajuste.
No dia 10 de junho de 2009, os médicos da Prefeitura do Recife aprovaram por unanimidade a última versão da proposta apresentada pela Secretaria Municipal de Saúde. Em assembleia geral realizada no auditório da Associação Médica de Pernambuco, houveram avanços significativos na proposta em relação aos médicos diaristas, plantonistas, do PSF e Samu, atingindo a equiparação salarial com os médicos do estado.
A proposta foi escalonada em três etapas: julho daquele mesmo ano, dezembro e, finalmente, em julho do ano seguinte. Esta proposta resultou no Termo de Compromisso que incluiu 65 itens, contemplando desde a estruturação física (condições de trabalhos), garantia de medicamentos e equipamentos, capacitação profissional (educação continuada) até a produção científica e gestão.
Por fim, o salário-base dos médicos diaristas e dos plantonistas passou a ser R$ 3.060,00.
Após quatro meses de intensas atividades sindicais, reuniões com o prefeito da época, Júlio Lóssio e com o secretário de Saúde, José Mendes e os promotores dos Ministérios Públicos (Estadual Federal e do Trabalho), além de assembleias, atos públicos e entrevistas nos veículos de comunicação, os médicos de Petrolina conseguiram uma grande vitória.
No dia 17 de junho de 2009, a Câmara de Vereadores de Petrolina aprovou por consenso, o projeto de lei Nº 11, com as emendas que contemplavam a proposta enviada pela Assembleia Geral dos Médicos. Nesta lei, o cargo único do médico com regimes de trabalho – 20, 24 e 40 horas, foi criado, além de também ter estabelecido vencimentos aprovados pela categoria médica, contratos temporários com direito a 13º salário, férias e vinculação ao Regime Geral de Previdência Social.
Com o objetivo de preservar os direitos trabalhistas, além da lei de número 11,, também foi criada uma Comissão Paritária para elaboração da lei de produção e desempenho do médico, como também para elaboração do concurso público.
Mais um significativo ganho para as entidades médicas pernambucanas. O prefeito do Recife na época, João da Costa, assinou o Termo de Compromisso para a valorização do trabalho médico e a qualificação da rede municipal de saúde. O projeto visava a busca pela eficiência do serviço municipal de saúde, reestruturando a rede e batalhando para proporcionar melhor qualidade de vida para os profissionais e a população local.
Após muitas negociações, os médicos de Caruaru conquistaram o segundo maior salário base da época, perdendo apenas para Petrolina. A lei da produtividade tinha como meta recompensar a produção médica, ampliando a remuneração final, com critérios transparentes e justos para todos. A carreira médica, inclusive, estava proposta para ser estruturada no município com o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV); concurso público, promovendo vínculos trabalhistas seguros; além de mais profissionais para recompor as escalas.
Após cinco meses de impasse, os médicos da rede municipal de Olinda e a Prefeitura chegaram em um acordo, encerrando a paralisação que estava sendo feita pela categoria. O fim do movimento foi decidido em assembleia geral no dia 30 de junho, quando a classe médica aprovou a proposta encaminhada pelo Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), pelo prefeito Renildo Calheiros e o secretário da Fazenda e administração de Olinda, João Alberto Costa de Faria.
O consenso foi construído em torno de dois eixos principais: a questão estrutural e a financeira. Na primeira, a prefeitura se comprometeu a executar mensalmente a reforma de duas unidades do PSF, além de promover concurso público até o segundo semestre do ano seguinte. Já no plano financeiro, o reajuste foi dado por partes. De imediato, o salário base dos médicos passou de R $882,00 para R $1.100,00 retroativo ao mês de maio. Em setembro, o vencimento passou para R $1.382,00 e até dezembro todos os concursados foram incluídos no Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV).
Para os médicos contratados foi concedido aumento de R $500,00 no salário base retroativo ao mês de maio do mesmo ano, e de R $700,00 em maio do ano seguinte. Na seguinte fase, incorporando o PCCV, os salários passaram a ser iguais ou superiores aos pagos no Estado e na PCR, chegando ao final da carreira em R $4.074,15.
O Simepe e os médicos da rede municipal de saúde de Camaragibe estavam cada vez mais preocupados e indignados com a situação da saúde da época. Após fiscalizações da entidade, foram identificadas escalas de plantões desfalcadas, principalmente nos CEMEC’S e na maternidade, PSF’s sem médicos, infraestrutura física precária, falta de medicamentos e insumos nas urgências e emergências, entre muitos outras dificuldades. Mesmo após meses de tentativas de negociação com o prefeito da época, João Lemos, o Simepe não conseguiu avançar no movimento e o processo travou.
Cansados da realidade caótica, 30 médicos em uma atitude heróica e de honradez pediram exoneração, ou seja, a demissão dos seus vínculos. A entidade formalizou todas as denúncias nas estâncias competentes, como o Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/PE) e o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), visando denúnciar esta triste situação fruto da incompetência da gestão municipal de Camaragibe, que não priorizava sua população.
Um projeto de construção de uma área comercial no Sítio da Tamarineira, na Região Metropolitana do Recife, ameaçou a existência dos Hospitais Ulysses Pernambucano, Helena Moura, o Centro de Prevenção e Tratamento do Alcoolismo (CPRTA), além da vasta área verde que correspondia a quase 80.000 metros quadrados.
A população, as entidades da área de saúde, do meio ambiente e as organizações não governamentais (Ongs), fizeram mobilizações em protesto ao projeto. O Simepe também abraçou a causa, posicionando-se contra a desativação das unidades de saúde ali instaladas, em suas reuniões com o prefeito de Recife. Após uma pesquisa de opinião pública, no dia 23 de julho ficou decidido que uma oficina com a sociedade civil e instituições relacionadas ao tema , seria instituída para debate sobre uma conciliação sobre os diferentes usos do espaço.
De acordo com o calendário proposto, o lançamento do edital de licitações para a obra ocorreu no primeiro semestre de 2011 e o início das obras se deu no segundo semestre do mesmo ano. A inauguração com entrega do novo Parque da Tamarineira foi realizada no final de 2012.
Simepe e médicos da Emergência Pediátrica do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) iniciaram movimento pela recomposição das escalas de plantão na unidade. Os profissionais estavam insatisfeitos com as dobras frequentes e falta de médicos. Com isso, a entidade foi negociar com a direção do IMIP a pauta de reivindicações da categoria, após decisão tomada em AGE com os pediatras e o Cremepe. A proposta aprovada pelos pediatras foram quatro plantonistas por plantão de 12 horas, dois evolucionistas para o repouso, melhoria na estrutura da unidade e adequação das escalas de trabalho em 60 dias.
As entidades médicas de Pernambuco – Simepe, Cremepe e AMPE – protestaram em Brasília, com expressiva representação da categoria. Todos lutaram por um ensino médico público de qualidade; mais recursos para o SUS; respeito e condições de trabalho pela saúde de todos; valorização da CBHPM; e aprovação da Emenda 29, além entre outros pleitos relevantes para o Estado.
A equipe do programa da TV Globo – Profissão Repórter entrou em contato com assessoria de comunicação do SIMEPE em busca de auxílio para apurar e produzir uma reportagem denunciando a situação de super lotação no Hospital da Restauração (HR). A denúncia foi ao ar no dia 10 de novembro de 2010 e os problemas da maior unidade de emergência do Nordeste ficaram conhecidos em todo País.
Em setembro de 2011, os médicos de todo Brasil reuniram-se em paralização nacional para reivindicar melhores remunerações pagas pelos planos de saúde. Em Pernambuco, o protesto afetou o atendimento de aproximadamente 400 mil pessoas. “Desde que não haja uma emergência caracterizada, o médico poderá deixar de atender, podendo remarcar a consulta para o dia seguinte”, explicou Mário Fernando Lins, atual presidente na época da Comissão de Honorários Médicos do Simepe. Os planos ofereciam na época de R$ 35 a R$ 45 por consulta e os médicos almejavam o valor de R$ 60.
Após luta diária envolvendo médicos e entidades da medicina, sendo o Simepe uma delas, a vitória foi significativa. A categoria conquistou um reajuste salarial de 26,50%, além do projeto que iria prever o Plano de Cargos Carreiras e Vencimentos (PCCV). Para o então presidente do Sindicato, Mário Jorge Lobo, estes foram avanços importantes, “Com esse plano teremos uma nova produtividade baseada na qualidade e quantidade do atendimento. Será um ganho de qualidade para a população”, pontuou Mário.
Em 2011, avançamos com a conquista do Termo de Compromisso para implantação da carreira de Estado para médicos, uma antiga reivindicação das Entidades Médicas. O termo de compromisso prevê reajuste salarial escalonado até 2014, a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) e a criação de uma nova lei da produtividade.
Avançamos com a sanção governamental da Lei Complementar n° 187, de 07/12/ 2011, que torna o cargo público de médicos no quadro de pessoal efetivo do Hemope e da Funase, no plano de Carreira Médica do Estado. Avançamos nas campanhas e nos acordos salariais dos médicos no Recife, Petrolina, Caruaru, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Caruaru, entre outras cidades pernambucanas.
A partir dessas vitórias, houve benefícios para o médico e, sobretudo,para a população que utiliza a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), devido à adoção de medidas pelos gestores públicos que corrigiram situações insustentáveis.
Medida Provisória 568/2012: resultado da luta médica
Em agosto de 2012 a categoria médica pernambucana esteve reunida com membros do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) em mobilização, com ato público em Brasília, contra a Medida Provisória 568/2012, que representava um atentado ao retirar direitos dos profissionais médicos. A mesma MP causou polêmica devido às alterações na carga horária dos médicos e veterinários (dobra de 20 para 40 horas semanais). O problema foi corrigido durante discussão da MP com a manutenção da carga horária em horas semanais e dobrando o valor das tabelas para a carga horária de 40 horas semanais. Para Mário Jorge Lôbo,presidente do Simepe na época, a sanção foi digna de comemoração. O Simepe fez todos os esforços para que os prejuízos aos médicos fossem retirados e que o texto avançasse na valorização do serviço público, participando ativamente das articulações e reuniões políticas, além de mesas de negociação que trouxeram o texto como centro do debate.
Em 7 de fevereiro de 2012, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) escreveu mais uma página marcante na história do sindicalismo com a solenidade de inauguração da Delegacia Regional de Ouricuri, no Sertão do Araripe. Vários médicos (as), dirigentes sindicais, convidados e funcionários do Simepe participaram da festividade organizada em grande estilo. Foram momentos de alegria e integração da categoria médica que avançou na luta sindical em Pernambuco.
Ouricuri transformou-se na quarta cidade do Estado e a primeira do sertão do Araripe a ter um espaço físico, cujo objetivo principal é ampliar a luta e, ao mesmo tempo, unir os profissionais na defesa dos seus direitos e da população. A delegacia regional foi uma conquista que teve como objetivo impulsionar a luta dos colegas médicos por melhorias das condições de trabalho e, sobretudo, da qualidade da assistência à população.
Depois de quase dois anos de lutas e mobilizações, os médicos vinculados a rede municipal de Caruaru avançaram em suas reivindicações por reajustes do salário-base, gratificação SUS para plantonistas e diaristas nas policlínicas, UPA municipal, SAMU, CSBJ, HCC, UTI e ambulatórios. Vale ressaltar que entre 2010 e 2011, por exemplo, firmou-se compromisso para melhoria da distribuição das unidades de saúde, recomposição das escalas, concurso público, reestruturação do SAMU, lei de produtividade e PCCV.
Os médicos residentes do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), do Hospital Universitário Osvaldo Cruz (HUOC), do Pronto Socorro Cardiológico (Procape) e estudantes de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) realizaram nesta terça-feira (03.04), uma paralisação de advertência de 24 horas e um ato público em frente ao Cisam.
O protesto é em defesa de uma assistência de saúde pública digna, ensino de qualidade, contra o sucateamento do SUS e a privatização da saúde. Cartazes, bandeiras, carro de som e apitos expressaram o tamanho do descontentamento dos residentes em relação ao descaso com a saúde. A manifestação contou com mais de 1000 pessoas (residentes, médicos e estudantes), que com o grito de guerra: “Governador, preste atenção, o Cisam não é lixo não”, seguiram em passeata pelas ruas do Recife até ao HUOC, Procape, finalizando com grande concentração em frente à reitoria da UPE. Uma comissão formada por representantes dos Das de medicina, da APMR e do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) participou de uma reunião com vice-reitor da UPE, Rivaldo Albuquerque, e entregou em mãos a Carta Aberta dos Residentes.
De acordo com o presidente da Associação Pernambucana de Médicos Residentes (APMR), Thiago Henrique, espera-se uma resposta do Governo Estadual sobre as reestruturações previstas para as unidades que enfrentam problemas com a carência de profissionais de saúde em vários setores, além da reabertura da UTI/UCI neonatal com as adequadas condições de funcionamento, escalas completas de médicos intensivistas, por meio de concurso público.
O Simepe apoia o movimento dos residentes. “Essa luta também é nossa”, garantiu a diretora do Sindicato, Claudia Beatriz.
Em Pernambuco, a Paralisação Nacional de Advertência aos Planos de Saúde foi marcada por uma caminhada feita por médicos, na área central do Recife. O Ato realizado no dia 24 de abril de 2012 foi em protesto aos baixos honorários e a interferência das operadoras na relação ética dos médicos com seus pacientes.
A mobilização teve inicio às 8h, com um café da manhã no Memorial de Medicina de Pernambuco, ponto de partida do percurso feito pelos profissionais que seguiram em direção a Associação Médica de Pernambuco (AMPE), acompanhados de atrações culturais, bonecos gigantes e bacamarteiro.
O Ato Público realizado no dia cinco de junho de 2012, pelos médicos servidores federais contra a Medida Provisória 568/2012, contou com o apoio da população e reuniu um número representativo de profissionais em frente ao Hospital das Clínicas (HC). Além do movimento, os médicos também paralisaram por 24h os atendimentos ambulatoriais e eletivos.
O protesto é de enfrentamento a MP 568 que prevê a redução do salário dos médicos em 50% mutilando a Lei 11.091/2005 ao criar duas tabelas para os médicos de 20h e 40h, alterando também a forma de pagamento dos adicionais de periculosidade e insalubridade.
Em assembleia geral nesta quarta-feira, dia 13 de junho de 2012, no auditório da Associação Médica de Pernambuco (AMPE), bairro da Boa Vista, os médicos servidores públicos federais decidiram continuar em estado de alerta, mesmo com sinal verde da Comissão Mista do Congresso que aprovou a medida provisória (MP) 568/2012, que reajusta salários de 30 categorias de servidores públicos, mas que provocaria problemas na remuneração dos médicos, com perdas de até 50%.
O vice-presidente, Fernando Cabral e a secretária-geral Claudia Beatriz, do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) relataram sobre a pressão unificada da categoria em nível nacional contra a MP 568 e, sobretudo, destacaram as presenças das entidades médicas pernambucanas – Simepe e Cremepe – que participaram de reunião na terça (12), em Brasília, no gabinete do deputado federal, Luiz Henrique Mandetta, presidente da Comissão de Seguridade Social e Família
Os médicos do Hospital Dom Moura, em Garanhuns, precisaram se mobilizar junto à entidade para defender a unidade e cobrar melhorias emergenciais. Isso porque após fiscalização do Cremepe, os setores de pediatria, clínica médica, cirurgia e traumatologia sofreram interdição ética pela falta de profissionais, medicamentos, insumos e precárias condições de trabalho.
A categoria se uniu e fez uma passeata no município, em 4 de junho, com faixas e cartazes até o Fórum Ministro Eraldo Gueiros Leite para chamar a atenção dos órgãos públicos e cobrar providências para este grave problema. Após o ato, houve a convocação de 26 profissionais médicos para Garanhuns, além de melhorias para a unidade, promovendo o ambiente adequado de trabalho e atendimento para os pacientes.
Após luta intensa do Simepe e da categoria em Caruaru, houve avanços nas negociações por melhorias, como a reabertura da UTI da Casa de Saúde Bom Jesus, convocação dos aprovados no concurso público, abertura de novas USFs, pagamento adequado do ⅓ das férias e da parcela em atraso do 13º salário do Samu, garantia do pagamento da insalubridade e recomposição salarial. A vitória só foi possível pela união dos profissionais médicos com o Sindicato. Juntos, batalharam pelos direitos da categoria com união, dedicação e sede de mudanças.
Em defesa do Revalida, processo de validação de diploma de profissionais médicos que vêm do exterior para exercer sua profissão no Brasil, estudantes de medicina de Pernambuco realizaram um ato público no bairro de Boa Viagem. A categoria, com total apoio do Simepe nesta luta, desfilou com faixas, cartazes, apitos e carros de som. A manifestação teve como base o tema: “Revalida, sim”, com o objetivo de conscientizar a população sobre o irresponsável projeto do governo.
Preocupados com a carreira de residência médica, um grupo de residentes do Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) reuniram-se em ato público para reivindicar mais qualidade no serviço, investimento na infraestrutura, abastecimento de medicamentos, procedimentos e, sobretudo, pela presença de um preceptor. O objetivo do movimento, que fechou até uma das vias na BR 101, era chamar a atenção da população para a situação caótica instalada na unidade de saúde.
O ano também foi marcado pela luta do Simepe e da categoria pela não continuidade do Programa Mais Médicos, que promoveram a vinda de médicos fora do país, sem validação do diploma, além da falta de comprovação do domínio da língua portuguesa pelos candidatos; a obrigatoriedade do serviço civil obrigatório e a criação de subcategorias de médicos.
A categoria engajou no Movimento Nacional em busca de condições de trabalho dignas e valorização do médico com a implantação da carreira de estado para os médicos do SUS na atenção básica e 10% da Receita Bruta da União para custeio da saúde pública. A luta foi para mostrar que existem médicos para atuarem, mas eram necessárias melhorias emergenciais no cenário da saúde. O serviço estava em condições precárias, sem concurso público, poucos profissionais qualificados, além de outros graves problemas. Mais de 800 médicos engajaram na ação e aderiram ao movimento, paralisando por 24 horas.
O presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Mário Jorge Lôbo, acompanhou o presidente e vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Avila e Carlos Vital, respectivamente, em viagem à Genebra, na Suíça, no último dia 06 de novembro, para alertar a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o Programa Mais Médicos.
“Acompanhei o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila, para denunciar não só a falta de condições de trabalho, mas o fato de os médicos cubanos não receberem o salário integral (bolsa) e estarem impedidos, por força de contrato, de saírem das cidades onde trabalham. Essa determinação é escravista e vai de encontro à Constituição Federal”, afirmou o presidente do Simepe, Mario Jorge Lobo. Ele destacou que é contra a forma de contratação do Mais Médicos. “Defendemos que todos sejam submetidos ao Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos). Também sabemos que a melhor forma de suprir a demanda por médicos é realizando concurso público”.
A categoria médica de Ouricuri se mobilizou pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 454/09 que tinha como propósito a carreira de Estado para o médico do Sistema Único de Saúde (SUS).
Com frases marcantes que simbolizavam os sentimentos dos profissionais médicos, todos se reuniram nas principais ruas da cidade para lutar pela aprovação da proposta, que visa solidificar a carreira do profissional médico.
Uma das maiores conquistas da categoria foi a implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) para os profissionais médicos. O projeto permite a avaliação por competência e formação, a progressão de reajustes e percentuais por merecimento e qualidade do serviço público.
Após luta das entidades médicas pernambucanas – Simepe e Cremepe – a Secretaria Estadual de Saúde (SES) nomeou 151 médicos do concurso público de 2013. Além desta grande conquista, que vai recompor as escalas de plantões nas unidades de saúde, as entidades seguiram na cobrança pela abertura de vagas para recomposição do desfalque na rede, especialmente no Cisam e Procape.
Outro grande avanço, fruto da luta do Simepe, foi a nomeação de 15 novos médicos para o Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru. É importante destacar que a unidade era o maior hospital de referência da região, onde na época tinha uma média de 2,5 milhões de atendimentos por ano.
Os planos de saúde estavam presentes na vida de 25% da população brasileira, totalizando cerca de 51 milhões de beneficiários. No entanto, vários problemas marcaram, na época, a trajetória dos médicos que atuavam nessas operadoras, como a falta de reconhecimento dos trabalhos da categoria, o fechamento de consultórios credenciados por prejuízos financeiros, reajuste salarial, entre outros problemas.
A Comissão Estadual de Honorários Médicos de Pernambuco (CEHM-PE) atuou na luta para conquistar as melhorias necessárias e o devido reconhecimento da classe médica junto a Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), instrumento ético que atende às necessidades de honorários da categoria, que ajudou, ainda, a reestabelecer o equilíbrio entre as pontas de um sistema que estava em desfavor dos médicos brasileiros.
A incorporação da gratificação de plantão foi uma das lutas em destaque do Simepe no ano de 2015. Essa conquista histórica vai tornar permanente o recebimento da Gratificação em Regime de Plantão para os médicos que atuam na rede estadual, determinando o benefício de pelo menos 15 anos de serviço para mulheres e 17 anos e seis meses para homens.
Para o presidente do Simepe na época, Mário Jorge Lobo, este foi um feito histórico para categoria e digno de comemoração. “Nossas reivindicações sempre foram e são fortemente defendidas nas mesas de negociação entre entidades médicas e representantes do governo estadual. Com a gratificação de risco, em regime de plantão,o trabalho médico será mais valorizado,principalmente, no momento da aposentadoria”, enfatizou Mário Jorge. Apesar da adoção da medida, o Sindicato reitera que esta não implica garantia de saída de plantão, mantendo-se a mesma prática atual para a mobilidade interna de regime de plantão para diarista.
Garantir a incorporação da gratificação era um compromisso antigo do Sindicato. Por isso, essa conquista representou muito para os médicos plantonistas na época e fez justiça a uma formação tão árdua que é prestar assistência em jornada de plantão nas urgências e emergências do estado.
O resgate do Movimento de Residência Médica
Em um cenário adverso e de descaso, a categoria se uniu e foi à luta em defesa de melhores condições de ensino e de valorização, desencadeando quatro expressivos movimentos que reuniram aproximadamente 1000 residentes em manifestações de rua, só no ano de 2015. A insatisfação com a escassez de investimentos nos hospitais escolas e a desvalorização da residência médica despertou o sentimento de mudança. Isso motivou os residentes do Hospital das Clínicas (HC) de Pernambuco a cobrarem publicamente, em junho de 2015, soluções a respeito do sucateamento da unidade de saúde. Sem representação na Associação Pernambucana de Médicos Residentes (APMR) há três anos, as negociações no período de greve e manifestações foram intermediados pelo Simepe, que protocolou uma ação civil no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), denunciando a situação do hospital.
E o mesmo sentimento de descontentamento incomodou também os residentes do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) vinculado à Universidade de Pernambuco (UPE). A cobrança foi por qualidade nos serviços e soluções para a falta de antibióticos, outros medicamentos e insumos. As manifestações, paralisações e passeatas tiveram ampla repercussão na imprensa e o diálogo predominou para o êxito do movimento.Outro momento que exemplifica a união firmada pelos residentes foi visto na residência médica do Hospital Getúlio Vargas. Inconformados com a insegurança, eles realizaram ato público cobrando condições de trabalho. E o momento histórico deste resgate foi a mobilização nacional pelo fim dos cortes nos recursos para a área da saúde, melhor condição de trabalho, reajuste salarial, auxílio moradia e qualidade na formação da residência. Pernambuco foi um dos 21 estados a deflagrar greve que durou cerca de15 dias. “Notou-se um engajamento fervoroso nesta geração, o ressurgimento do poder da união como instrumento de luta. Realizaram incansáveis assembleias gerais, passeatas, atos públicos, ações de saúde e cidadania, além de participarem de reuniões com parlamentares e construir um canal de diálogo com gestores” destacou o presidente do Simepe, Mário Jorge Lôbo.
PEC 454: mobilização em Brasília pela Carreira de Estado
Em outubro de 2015 representantes do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) e do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) participaram no Plenário Ulysses Guimarães/Câmara dos Deputados, em Brasília, de uma sessão solene em homenagem ao Dia do Médico – celebrado a cada 18 de outubro.
Mais de 230 parlamentares também marcaram presença durante a solenidade, proposta pelos deputados Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e Izalci Lucas (PSDB-DF). Além de simbolizar o reconhecimento da sociedade aos profissionais da Medicina, o evento também teve como uma das pautas sensibilizar o Congresso Nacional para a importância da aprovação da Carreira de Estado, em tramitação na casa legislativa, para o Médico do Sistema Único de Saúde (PEC 454/09).
Para o então presidente do Simepe na época, Mário Jorge Lôbo, a PEC corresponde à solidificação profissional do médico com o piso nacional fixado por lei e a fixação de recursos humanos no interior. “Esse é um pleito histórico dos médicos e das entidades médicas, que pode mudar a realidade da saúde pública do País”, afirmou. A PEC 454/2009 representa uma ação política que vem ao encontro dos anseios da sociedade brasileira e contempla legítimos interesses da classe médica nacional que assume um caráter suprapartidário e sua aprovação pelos deputados e senadores constitui um dever de cidadania.
Um ano marcado por episódios de atentados contra a segurança dos usuários e profissionais das unidades de saúde do Recife, 2016 trouxe uma problemática agravada com a retirada da vigilância nas unidades. Ocorrências graves foram registradas em lugares como Upinha da Bomba do Hemetério, Posto da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do Alto do Capitão, ambos na Zona Norte do Recife, além de profissionais também terem sido vítimas de um assalto à mão armada em plena luz do dia na Policlínica Agamenon Magalhães. O Simepe acompanhou e cobrou de perto aos órgãos reguladores, por medidas necessárias que solucionassem o problema.
No fim do mês de novembro, a interdição ética do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Olinda, foi revogada. A decisão, tomada em plenária do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), ocorreu após fiscalização realizada com a presença da então vice-presidente do Simepe, Claudia Beatriz e do diretor do Sindicato, Walber Steffano.
Os representantes das entidades médicas constataram melhorias em relação à segurança do prédio, após a instalação de um portão eletrônico que garante acesso de entrada e saída de pessoas e guarita restabelecida com vigilância armada por 24 horas. Atrelado a isto, também houve a elevação do muro, além de cercas de contenção e uma saída alternativa (“rota de fuga”), para os profissionais. A área externa foi calçada e saneada; as paredes e escadas foram pintadas e uma coberta para os carros foi erguida. Por todas estas melhorias, existiu a decisão pela revogação.
A categoria médica conseguiu, ao todo, um reajuste escalonado, compreendendo melhorias nos vencimentos até o ano de 2018. Desde o mês de maio do ano de 2016, quando foi iniciada a primeira assembleia, a categoria lutou pelo modelo de negociação plurianual. O movimento dos médicos, junto ao Simepe, consistiu em sete assembleias gerais, que culminaram em um grande sucesso. Um dos encontros mais importantes aconteceu no dia 20 de maio, quando a categoria deliberou o primeiro patamar de negociação: 20% de reajuste.
Com a união da categoria, as negociações começaram a se intensificar; o presidente da época, Tadeu Calheiros, explicou que esta união foi um fator determinante na luta. “Precisamos parabenizar a mobilização dos profissionais pernambucanos, que em várias assembleias lotaram o auditório, enriquecendo a discussão e trazendo unidade ao trabalho”, pontuou. Ao todo, o reajuste foi escalonado e pago em sete parcelas, pagas de maneira retroativa aos salários de novembro de 2016. No ano de 2017 ainda existiram mais três aumentos e mais três reajustes no ano seguinte. Somando todos os ganhos, o reajuste total foi de 31,55% se contados aos juros compostos do período.
É importante ressaltar que a mobilização trouxe ganhos significativos para todo o universo de profissionais de medicina da rede estadual. Uma vitória que serviu como combustível para as que se seguiram.
Durante os 4 anos da presidência de Mário Jorge Lobo, importantes reajustes salariais foram feitos. Por pelo menos 3 anos, estes variaram entre 10% por ano e 35% no último ano de 2014, no acordo salarial que o Sindicato teve com o estado no último governo de Eduardo Campos.
Mudanças foram feitas na realidade do enfrentamento dos médicos dentro dos contatos celetistas: os médicos começaram a fazer reivindicações de seus direitos trabalhistas, além das discussões com as organizações sociais, tendo, inclusive, uma atuação mais proativa dentro desta relação de trabalho.
Uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), foi realizada para debater pontos importantes da mobilização da categoria, como a violência nos postos de trabalho, reajuste salarial, valorização da preceptoria e condições de trabalho.
Durante a Assembleia, o presidente do Simepe explicou os encaminhamentos que foram realizados de acordo com as deliberações do primeiro encontro da categoria. Tadeu Calheiros ressaltou na época, que a mesa de negociação foi aberta com o Secretário de Saúde do Recife e que a pauta já estava sendo discutida.
Dúvidas foram esclarecidas e as deliberações foram desde a intensificação de negociações, com a Prefeitura do Recife (PCR), até a busca de garantias necessárias, como reajuste salarial e incorporação de gratificação para os plantonistas, assim como os melhoramentos físicos das unidades e melhores condições de trabalho.
Unidos em mobilização desde o início do ano de 2017, os médicos que atendiam à rede municipal de Petrolina, no Sertão do Estado, avançaram com as conquistas na pauta de reivindicações. A categoria reuniu-se na Assembleia Geral Extraordinária, comandada pelo presidente do Simepe, da época, Tadeu Calheiros.
Na ocasião, a categoria foi informada sobre a regularização dos pagamentos de partes dos salários que não foram liquidadas nos meses de janeiro e fevereiro; valores esses que eram pagos de forma irregular no contracheque, mas que foram incorporados ao salário definitivamente, após Projeto de Lei, aprovado na câmara de vereadores da cidade.
Também foram discutidas questões referentes ao crescimento do programa de residências médicas na cidade. A AGE deliberou a manutenção da condução do movimento, uma vez que as negociações haviam sido iniciadas entre o Simepe, a Prefeitura e a categoria.
A união da categoria foi de extrema importância para as negociações e realizações.
Após quase 70 dias de manifestações,assembleias, ações sociais, atos públicos e carreata, o Simepe encerrou a greve dos médicos da rede municipal do Recife. Apenas os atendimentos de urgência, emergência e nas maternidades foram mantidos. Nesse período estiveram suspensos os serviços ambulatoriais e relacionados ao Programa Saúde da Família, que na capital pernambucana são executados por 251 equipes, distribuídas em seis zonas administrativas. A paralisação dos cerca de 500 médicos também afetou as unidades do Centro de Atenção Psicossocial, de tratamentos no âmbito da saúde mental e dependência de álcool e outras drogas. A categoria listou como principais problemas enfrentados pelos médicos a falta de medicamentos e insumos básicos, como luvas e gaze, o descuido da gestão municipal com a estrutura física e a segurança das unidades de saúde.
Na pauta de reivindicações, constava ainda um reajuste salarial pendente desde o final de 2016. Os médicos denunciaram ainda que os postos de saúde estavam com mofo nas paredes, rebocos de tetos soltos, além de postos instalados em containers sem ventilação adequada.
No ano de 2018, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), tomou conhecimento sobre a precariedade na rede materno infantil pernambucana. A realidade das maternidades era muito difícil: superlotação, falta de antibióticos, materiais básicos e insumos, ambulâncias precárias, equipamentos e infraestrutura sucateadas, e, principalmente, falta de contratação de médicos para suprir as escalas incompletas do serviço. Tantos problemas levaram o sindicato a realizar uma campanha pela valorização e oferta digna de assistência na rede materno infantil em todo o Estado.
Durante a campanha, um dos pontos apresentados foram as medidas necessárias a serem tomadas para a garantia dos direitos de quem mais precisa: pacientes e profissionais. O parto deveria ser um momento inesquecível, mas pelos motivos corretos.
Os médicos do Hospital Regional Fernando Bezerra (HRFB), em Ouricuri, cruzaram os braços em movimento simbólico e pacífico contra a falta de pagamentos. Todos os médicos, enfermeiros, maqueiros, técnicos de enfermagem, e demais profissionais de outros setores, como limpeza e vigilância, por exemplo, estavam insatisfeitos com tamanho descaso.
As categorias praticaram o ato pelo atraso dos salários e precárias condições de trabalho. A estimativa é de que aproximadamente 600 funcionários foram prejudicados.
De acordo com o diretor da entidade, Alexandre Lage, os gestores do hospital alegaram que não receberam o repasse da Santa Casa, administradora da unidade.
Após pouco mais de uma década, a nova gestão do Simepe, liderada por sua presidente, Claudia Beatriz, decidiu inovar. Além de mudar o nome de PROBEM, para Clube Simepe, que remete inteiramente a um clube de vantagens, o sindicato continua a se relacionar diariamente com novos parceiros, trazendo ainda mais benefícios para o médico associado. Plano de saúde, defensoria médica, consultoria financeira, assessoria contábil, além de uma série de descontos para inúmeras atividades de lazer e bem-estar, é a marca do Clube Simepe que vem crescendo a cada dia.
Um problema recorrente e que demandou bastante, do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), foi o enfrentamento da precariedade nas maternidades do Estado.
A entidade foi às ruas, com o apoio das redes sociais, em uma campanha pelas vidas de gestantes e recém-nascidos nas maternidades do sistema público de saúde. Após uma luta antiga do sindicato, na tentativa de melhorar a situação, o limite aconteceu quando uma gestante acabou peregrinando em unidades de saúde por falta de estrutura até acabar tendo seu filho na frente de uma maternidade, saindo da ambulância, em uma cadeira de rodas.
Neste cenário, foi registrada uma superlotação superior de 200% em complexos da rede. O Simepe voltou todas as suas atenções e esteve nas ruas com outdoors, jornal, redes sociais e na mídia geral denunciando o descaso. “É muito importante que todos tenham a dimensão real de como está insustentável a situação da rede materno infantil. Como profissional da assistência, convivo de perto com esses problemas e sabemos, como Sindicato, que é necessária a adoção de medidas urgentes”, ressaltou a presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, Claudia Beatriz.
Mesmo após a campanha, o Simepe continuou atento à problemática, sempre conversando com a categoria, participando de audiências públicas, e cobrando medidas efetivas por parte da gestão pública.
No dia 26 de feveveiro de 2020, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso da Covid-19 no Brasil. A doença, causada pelo novo Coronavírus, acometeu um senhor de 61 anos de idade, em São Paulo. Quase um mês depois, no dia 12 de março, foram confirmadas as duas primeiras pessoas portadoras da doença em Pernambuco; uma mulher de 66 anos e um homem de 71 com viagem recente para Roma, na Itália. Após os primeiros casos, os números só aumentaram e a incerteza tomou conta de toda a população.
Com o passar do tempo, o número de mortes apenas se elevava, os hospitais lotavam e os leitos diminuíam. A demanda se tornou enorme e nossos heróis precisaram ir à luta. Trabalhando mascarados e vendados, pois no início, tudo era absolutamente novo, – Qual o tratamento? qual a probabilidade de proliferação do vírus? existe uma cura? – sem ao menos pensarem em suas próprias vidas, os médicos foram para uma batalha árdua, que duraria um bom tempo.
Em meio a tanto caos, todos os dias estes profissionais da medicina saíam de suas casas, sem saber se voltariam, dando o sangue pela população que adoecia cada vez mais; foi exatamente neste momento que o Simepe entrou. Pensando sempre no bem-estar e nos direitos da classe, o Sindicato sabia que enquanto os médicos cuidavam dos enfermos, eles também adoeciam e não era só pelo coronavírus. Adoeciam fisicamente, pois enquanto estes se arriscavam todos os dias, faltava absolutamente tudo. Leitos, EPI’s, escalas defasadas, falta de estrutura nos hospitais, necessitando a criação dos hospitais de campanha. Adoeciam psicologicamente, pois ninguém nunca esteve preparado para perder tantas pessoas em um curto espaço de tempo. O médico lida com a morte em seu ofício; é inevitável. Mas lidar com várias mortes, todos os dias… destrói qualquer ser humano. Acima de tudo, a categoria também adoecia moralmente, pois além de todos os problemas físicos e psicológicos que consistiam em lidar com a pandemia, fazer isso em condições precárias de trabalho era revoltante.
O Sindicato esteve ao lado destes heróis desde o princípio. Com um comitê extremamente dedicado, ninguém parou de trabalhar nem por um segundo. Reuniões, assembleias, fiscalizações, o possível e o impossível o Simepe fez para diminuir a carga tão gritante dos médicos da linha de frente. A voz de cada um foi de extrema importância, pois a entidade vive em função disso. Demandas, exigências, cobranças; o sindicato esteve em cima de todos os órgãos reguladores de Pernambuco. Cobrou a prefeitura, enfrentou o Estado. Enquanto a classe lutou pela vida dos cidadãos, o Simepe lutou e continua lutando pelos heróis que se dedicam tanto em atender, cuidar, curar.
Após quase dois anos de uma luta incansável, a lição que levamos deste marco histórico é que não há absolutamente nada, que juntos, não consigamos realizar.
Descaso e insatisfação foram palavras usadas constantemente no dia a dia dos ortopedistas servidores do Recife. A Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) insistiu em fechar os olhos para uma situação desumana, quando médicos mais do que qualificados estavam esperando por suas nomeações. A quantidade de ortopedistas que atendiam no município era insuficiente e as condições de trabalho só pioravam. A necessidade da PCR em adotar providências urgentes para resolver esse cenário, era enorme.
O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), frente a este problema, cobrou a PCR pelo número de vagas em aberto no município, solicitando a nomeação do concurso público.
Ao longo do ano, diretores do Simepe reuniram-se com diversas especialidades e representantes da Secretaria Estadual de Saúde para dialogar sobre a nomeação do concurso público. A luta diária e incansável pelos direitos dos médicos do Estado surtiu efeito. O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) informou para categoria que o Diário Oficial de 27 de agosto apontou uma grande vitória para a categoria: a nomeação dos profissionais do estado que prestaram concursos em suas áreas.
As especialidades nomeadas foram a cardiologia, cirurgia vascular, coloproctologia, tocoginecologia, traumato ortopedia, urologia, neurocirurgia, clínica geral; sendo estas lotadas em geres diversas.
É importante ressaltar que esta é uma vitória coletiva, pois ela só foi possível graças a voz de cada médico que se disponibilizou a falar e a não se conformar com as injustiças vividas por cada um. O Simepe vem batalhando diariamente para que a categoria médica tenha seus direitos atendidos e por isso a luta não para. Enquanto houver possibilidade de melhora, o Sindicato sempre estará presente batalhando por esta classe de heróis.
O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) desde o seu surgimento, vem lutando em prol da categoria para promover dignas condições de trabalho e garantia de todos os direitos da categoria médica. Ao longo dos anos, foram muitos enfrentamentos e conquistas, sempre com união, diálogo e planejamento de toda a equipe que compõe a entidade.
O Simepe é o instrumento, a força vem da categoria. Sem a participação de todos vocês, colegas médicos, nada é possível. Cada vitória adquirida é uma etapa comemorada por todos, reafirmando a seriedade desta entidade sindical e a parceria com a categoria médica pernambucana.
Recentemente, desde o início da pandemia da Covid-19, nosso compromisso se consolidou ainda mais e, juntos, seguimos batalhando por todas as reivindicações solicitadas, pela correção de cada irregularidade e pela conquista de todos os direitos.
Dificuldades e percalços sempre existirão. Mas o ano de 2020 trouxe, além de toda dor, angústia e cansaço, a certeza de que nosso objetivo apenas cresce. O Simepe é a voz de cada médico que esteve na linha de frente, lutando bravamente por uma nação. Hoje temos a consciência de que somos mais fortes e de que nada pode nos parar. Enquanto existir injustiça e insatisfação, estaremos presentes para lutar por você, amigo médico.
Simepe, sua voz, sua força!